Obter o máximo de disponibilidade dos veículos é uma das maiores preocupações da Lotrans Logística e Transporte, que tem sede em Mogi Guaçu (SP). E, segundo os gestores, o uso exclusivo de peças genuínas é a principal providência tomada para garantir a frota rodando o maior tempo possível.
A empresa faz transporte de insumos e produtos acabados nos setores de papel e celulose, siderúrgico, automobilístico, de bens de consumo e transformação. E tem um braço no setor de fretamento de passageiros. Todos os 80 ônibus são da marca Mercedes-Benz, assim como 70% dos caminhões. De quebra, a Lotran tem ainda 11 vans Sprinters.
“Temos planos de manutenção de cinco anos para os veículos novos. Isso já garante a utilização de peças genuínas. Nos equipamentos mais antigos, nós fazemos manutenção própria. Mas também só utilizamos peças genuínas”, garante o gerente de Frota, José Roberto Fraleoni.
Em outras épocas, a empresa, que tem 20 anos, buscou opções mais em conta: “Já usamos muitas peças de segunda linha. Mas na hora de você fazer a conta de cinco anos de circulação de um caminhão, você vai perceber uma diferença grande. O caminhão com peças genuínas produz muito mais”, afirma.
Não existe nenhum Guiness no transporte brasileiro de cargas. Mas, se houvesse, possivelmente a transportadora ganharia recordes pela quilometragem rodada de seus veículos. De uma frota de 50 caminhões Axor (modelo 2035), adquiridos entre 2009 e 2010, dez já ultrapassaram a marca de 1,280 milhão de km rodados, sem que seus motores tenham sido abertos uma única vez.
Segundo Fraleoni, com boa manutenção preventiva, as empresas, de modo geral, conseguem chegar a, no máximo, 900 mil km sem refazer motores. Ou seja, a Lotrans foi muito além.
“A grande vantagem de se utilizar peças genuínas é que o tempo de disponibilidade do equipamento é maior. O importante é deixar o veículo sempre disponível. Minimizando tempos de paradas, emergências e não cumprimento de prazos, conseguimos atender às expectativas dos clientes”, conta o diretor de Operações da empresa, Rildo Martini.
Para ele, as novidades apresentadas pela Mercedes-Benz, na última Fenatran – de 14 a 18 de outubro em São Paulo – vão ajudar a aumentar ainda mais a disponibilidade dos caminhões. Inovações como os serviços conectados remotamente com a rede e o piloto automático preditivo, que monitoram em tempo real a operação dos caminhões, serão bons aliados. “Essas inovações que estão chegando são extremamente importantes para o futuro do transporte de carga no País. Estar conectado o tempo inteiro permite que a gente faça avaliações de eficácia e eficiência. Conseguiremos cada vez mais avaliar a atuação do motorista, fazendo com que ele e o veículo se comportem de forma mais econômica e competitiva”, afirma Martini.
O diretor ressalta que, além do aspecto econômico, também virão melhorias em termos de segurança e para o meio ambiente. “Minha única preocupação é que temos de investir bastante em mão de obra porque ela não vem acompanhando a evolução tecnológica”, declara. Para ele, treinar motoristas será uma demanda não só para as transportadoras, mas também para a indústria de caminhões. “Isso será necessário para que o setor possa realmente se beneficiar da tecnologia. Se não, vai ser uma inovação inerte.”
MODELO – A Lotrans tem se tornado referência quando o assunto é disponibilidade de frota e manutenção. A convite da Mercedes-Benz, o gerente de Frota, José Roberto Fraleoni, fez uma visita à Central de Peças da montadora, em Campinas, na qual foi aberto para análise o motor de um caminhão Axor 2544. Ele pertence à transportadora e havia ultrapassado a marca dos 500 mil km rodados. “A surpresa foi grande. As peças estavam em ótimas condições. Foi a prova de que uma boa manutenção preventiva com peças genuínas valem a pena”, ressalta.
O motor foi montado novamente e voltou para o veículo da Lotrans.
ESCOLHA – Questionado sobre o motivo da opção pela marca Mercedes-Benz, o diretor de Negócios da empresa respondeu: “É um conjunto de justificativas. Em primeiro lugar, o que nos convence é a qualidade do produto. Outro motivo é que conseguimos boas negociações de valores com a Mercedes-Benz. A rede de concessionárias espalhadas pelo País também é um componente importante para nós. E ainda temos os financiamentos (do Banco da Mercedes-Benz), que têm sido muito competitivos”, explica Martini.